Livro
de Piaget do ano de 1932 – O juízo moral na criança, onde ele nos explica o
processo de construção de valores por parte de crianças – acompanhando o desenvolvimento
de seus filhos e outras crianças para compreender como que se dá a construção
da moralidade desde os primeiros momentos de vida.
“Toda moral consiste num
sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no
respeito que o individuo adquire por essas regras”.
A
moral é ligada às regras, as pessoas que não respeitam as leis, as regras da
sociedade passam a ser pessoas imorais. No ambiente escolar seriam as regras da
escola, os combinados em sala, etc.
Processo
de Desenvolvimento da Moral na criança
O processo inicia-se na Anomia no momento do
nascimento – A (Ausência) de Nomia (Regras). A criança ao nascer não
sabe as regras, não as conhece.
Com o passar do tempo descobre as regras – Chega
no processo de Hetero (Vários) Nomia (Regras) – HETERONOMIA. A criança
passa a saber e conhecer as regras. A própria sociedade indica o que pode ser
feito ou não, além do pai, mãe, da família, etc.
Até
chegar no estado de Autonomia- Auto
(de si próprio) Nomia (regras). A
pessoa por si só sabe o que é certo ou errado, sabe as regras da sociedade e
que devem ser respeitadas. Já não as respeita porque há alguém lhe apontando o
certo e o errado e sim por ter internalizado dentro de si como agir na
sociedade, no coletivo.
Passam da Anomia para a Heteronomia através
de instrumentos de coação e respeito unilateral que são passadas à ela. A
coação se dá através do medo de apanhar, de ser punido. O respeito unilateral é
o respeito de direção única, onde a criança precisa respeitar os pais, mas os
pais não precisam ter esse respeito, pois esse tipo de respeito vem do medo da
punição. Esse respeito vem ligado ao AMOR E MEDO. Para que alguém tenha
respeito, é por no mínimo ter carinho por essa pessoa que respeita (há vínculo
afetivo) - Respeito por medo de perder essa pessoa.
Após
passar por estes processos ela chega ao estado de Autonomia. O problema é que
em sociedades autoritárias, as pessoas param o desenvolvimento na fase da HETERENOMIA
– sempre vão respeitar por alguém estar lhe falando qual regra deve seguir,
está mandando, e não porque aprendeu as regras internamente (dentro de si)
atingindo assim a AUTONOMIA.
· Faz-se necessário trocar a Coação por
relações de cooperação – trabalhar de maneira cooperativa (trabalhar em grupo –
jogos cooperativos – jogos em equipes com regras - exemplo: futebol, vôlei,etc.
aprendendo que existem regras no mundo).
· Trocar Respeito Unilateral pelo respeito
mútuo - ao invés do amor e medo, que respeita pelo medo do castigo e sim passar
a respeitar por uma relação afetiva, de troca de respeito.
· É necessário diminuir o egocentrismo, quando
a criança nasce ela é muito egocêntrica, tudo gira em torno dela. E é preciso
diminuir o egocentrismo da criança para que ao passar do tempo ela aprenda a
respeitar o próximo.
Ao
se desenvolver para a fase da autonomia, ela aprende que existe as regras,
internaliza dentro de si, ela sabe como agir levando as regras da sociedade em
consideração, também considera o coletivo (deixando de ser egocêntrico) –
chegando então em nossa meta – O Sujeito
Moral.
Na
escola muitas crianças ainda não atingiram a Autonomia, ainda são egocêntricas,
dificultando o trabalho do professor. Muitas vezes o professor aplica um jogo
na classe, e muitas das crianças encontram dificuldades em respeitar as regras,
em respeitar a opinião do colega, ainda são egocêntricas e não internalizaram
dentro de si as regras da sociedade. Ainda respeitam pela coesão do professor
(exemplo: Irá perder pontos na nota se não participar), mediante a coesão o
aluno respeita, mas apenas diante de uma situação de coesão. Já quando o aluno
está no estado de autonomia ele respeita as regras, a opinião do colega, age
com cooperação devido ter internalizado dentro de si as regras que a sociedade
pede, necessárias para uma vida moral.