sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Vídeo Aula 3: O Juízo Moral na Criança



        Livro de Piaget do ano de 1932 – O juízo moral na criança, onde ele nos explica o processo de construção de valores por parte de crianças – acompanhando o desenvolvimento de seus filhos e outras crianças para compreender como que se dá a construção da moralidade desde os primeiros momentos de vida.

“Toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o individuo adquire por essas regras”.
A moral é ligada às regras, as pessoas que não respeitam as leis, as regras da sociedade passam a ser pessoas imorais. No ambiente escolar seriam as regras da escola, os combinados em sala, etc.

Processo de Desenvolvimento da Moral na criança

O processo inicia-se na Anomia no momento do nascimento – A (Ausência) de Nomia (Regras). A criança ao nascer não sabe as regras, não as conhece.
Com o passar do tempo descobre as regras – Chega no processo de Hetero (Vários) Nomia (Regras) – HETERONOMIA. A criança passa a saber e conhecer as regras. A própria sociedade indica o que pode ser feito ou não, além do pai, mãe, da família, etc.
Até chegar no estado de Autonomia- Auto (de si próprio) Nomia (regras). A pessoa por si só sabe o que é certo ou errado, sabe as regras da sociedade e que devem ser respeitadas. Já não as respeita porque há alguém lhe apontando o certo e o errado e sim por ter internalizado dentro de si como agir na sociedade, no coletivo.
Passam da Anomia para a Heteronomia através de instrumentos de coação e respeito unilateral que são passadas à ela. A coação se dá através do medo de apanhar, de ser punido. O respeito unilateral é o respeito de direção única, onde a criança precisa respeitar os pais, mas os pais não precisam ter esse respeito, pois esse tipo de respeito vem do medo da punição. Esse respeito vem ligado ao AMOR E MEDO. Para que alguém tenha respeito, é por no mínimo ter carinho por essa pessoa que respeita (há vínculo afetivo) - Respeito por medo de perder essa pessoa.
Após passar por estes processos ela chega ao estado de Autonomia.                              O problema é que em sociedades autoritárias, as pessoas param o desenvolvimento na fase da HETERENOMIA – sempre vão respeitar por alguém estar lhe falando qual regra deve seguir, está mandando, e não porque aprendeu as regras internamente (dentro de si) atingindo assim a AUTONOMIA.
·  Faz-se necessário trocar a Coação por relações de cooperação – trabalhar de maneira cooperativa (trabalhar em grupo – jogos cooperativos – jogos em equipes com regras - exemplo: futebol, vôlei,etc. aprendendo que existem regras no mundo).
·  Trocar Respeito Unilateral pelo respeito mútuo - ao invés do amor e medo, que respeita pelo medo do castigo e sim passar a respeitar por uma relação afetiva, de troca de respeito.
· É necessário diminuir o egocentrismo, quando a criança nasce ela é muito egocêntrica, tudo gira em torno dela. E é preciso diminuir o egocentrismo da criança para que ao passar do tempo ela aprenda a respeitar o próximo.
Ao se desenvolver para a fase da autonomia, ela aprende que existe as regras, internaliza dentro de si, ela sabe como agir levando as regras da sociedade em consideração, também considera o coletivo (deixando de ser egocêntrico) – chegando então em nossa meta – O Sujeito Moral.



Na escola muitas crianças ainda não atingiram a Autonomia, ainda são egocêntricas, dificultando o trabalho do professor. Muitas vezes o professor aplica um jogo na classe, e muitas das crianças encontram dificuldades em respeitar as regras, em respeitar a opinião do colega, ainda são egocêntricas e não internalizaram dentro de si as regras da sociedade. Ainda respeitam pela coesão do professor (exemplo: Irá perder pontos na nota se não participar), mediante a coesão o aluno respeita, mas apenas diante de uma situação de coesão. Já quando o aluno está no estado de autonomia ele respeita as regras, a opinião do colega, age com cooperação devido ter internalizado dentro de si as regras que a sociedade pede, necessárias para uma vida moral.






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