A professora Paula Fernandes leciona sua
última aula da disciplina Saúde na Escola trazendo informações sobre a
depressão na infância e adolescência.
Durante muito tempo as crianças não eram
afetadas pela depressão, hoje em dia são tão afetadas quanto os adultos. A
depressão interfere na vida diária da criança, nas suas relações sociais e
acadêmicas.
O número de crianças afetadas com a depressão
aumenta junto com a idade, já que as crianças em idade pré-escolar representam
1% das crianças depressivas, já as em idade escolar representam de 2 - 4% e os
adolescentes são de 5 – 8%. Na adolescência as meninas são o maior número de
depressivas, já na infância é similar entre ambos os sexos.
A depressão é definida por: um transtorno de
humor ou afeto, sentimento de tristeza profunda, associado com sintomas
fisiológicos e cognitivos na pessoa. Para que seja comprovada a depressão é
necessário que um conjunto de situações prevaleça por mais de um mês
consecutivo, pois as vezes sentimos tristeza por algo que ocorreu, mas logo
passará, já a depressão persiste por um tempo maior. Os sintomas são: humor
deprimido, perda de interesse e prazer por atividades que lhe eram prazerosas,
diminuição da energia, grande falta de ânimo que afeta a vida da pessoa.
As causas são variáveis, pode ser por
motivos: Biológicos – genética, estrutura e química do cérebro; Psicológicas –
stress, trauma, desamparo, forma de perceber e de lidar com o mundo;
Sócio-culturais – papéis, expectativas, suporte social.
Fatores de risco: Pessoas com história
familiar de depressão, sexo feminino, episódios anteriores de depressão,
acontecimentos estressantes, dependência de droga, violência doméstica, elevada
exigência acadêmica.
É preciso estar atento ás crianças, os
sintomas são: tristeza, falta de motivação, solidão, humor deprimido –
irritável ou instável, mudanças súbitas de comportamento – explosão de raiva,
brigas, mudança de apetite/peso, dificuldade em divertir-se, queixas: tédio ou
“sem nada para fazer”, preferência por atividades solitárias, queixas físicas:
cansaço, falta de energia, dores de cabeça, dores de barriga, insônia,
pensamentos recorrentes de morte, ideias e planejamento de suicídio. Também é
preocupante quando a criança se culpa sobre algo, preocupações, choro
excessivo, hipoatividade, fala em ritmo devagar, de forma monótona,
monosssilábica.
Na escola os principais sintomas são: queda
do rendimento escolar, a falta de concentração, perda de interesse pelas
atividades, falta de motivação, pensamento lentificado, irritabilidade, choro fácil,
isolamento na sala de aula e no recreio e dificuldades nos processos
cognitivos.
A conseqüência da depressão na infância é o
comprometimento funcional e social da criança e do adolescente: recorrência na
idade adulta.
O tratamento pode ser através de
medicamentos, psicoterapia, suporte familiar e psicoeducação: rede de apoio
social dos amigos, escola, família.
Nós professores devemos estar atentos aos
sintomas da depressão em nossos alunos, os aspectos importantes a atentar são:
identificar os antecedentes do episódio depressivo, minimizar o impacto
negativo dos sintomas depressivos, aumentar a eficácia dos esforços de soluções
de problemas, a pessoa precisa aprender habilidades para lidar com problemas
futuros.
Devemos colaborar com a inserção da criança
na vida social, na escola, sala de aula e família. Somente assim conseguiremos
colaborar para a diminuição da depressão e a criança consiga crescer de maneira
saudável.