quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Vídeo-aula 18: A valorização da cultura corporal da comunidade no currículo escolar


O Professor Mário Neira nos fala sobre a cultura corporal da comunidade no currículo escolar. Inicialmente nos diz sobre a cultura corporal que é toda a produção simbólica que envolve as práticas corporais, as brincadeiras, as danças, o esporte, etc. Todos os grupos culturais também possuem uma parte da cultura que se refere às práticas corporais e atribuem significados específicos a essas práticas corporais.
Cultura e Cultura Corporal:
  • Concepção dos estudos corporais
  • Movimento x Gesto
  • Produção da gestualidade – O gesto é um movimento com significado.
  • Textos corporais - O movimento quando está dentro da brincadeira, da dança, do esporte, esse movimento tem como intenção comunicar, ele está dentro de um texto, um texto da cultura corporal.
A produção da gestualidade está sempre relacionada ao sentido que a prática corporal tem em determinada comunidade, cada grupo social produz uma gestualidade que lhe permite veicular os significados de mundo. Exemplo: Se imaginarmos um grupo andando de skate, imaginaremos uma determinada vestimenta, estilo especificado, etc.
Andar de skate, jogar futebol, brincar de amarelinha são textos da cultura corporal. 
Para trazermos essas questões para dentro do currículo devemos considerar alguns elementos, alguns princípios, o professor trouxe 4 deles para nos apresentar:
·    Enraizar as identidades: como que sabemos se determinadas práticas corporais tem sentido naquela comunidade, já que a sociedade é multicultural, possue diferentes grupos, sendo assim devemos estar atentos às quais práticas corporais estão enraizadas, quais irão “atrair” o público alvo.
·     Justiça curricular: equilibrar dentro do currículo as práticas corporais que representam todos esses grupos culturais. Brincadeiras do presente e do passado, práticas esportivas internacionais e nacionais, etc.
·    Evitar o daltonismo cultural: a escola precisa reconhecer o arco-íris de culturas. Proporcionar a experiência cultural corporal a todos. E as práticas corporais devem ser pertinentes a todos, considerando as diferenças.
·    Ancoragem social dos conteúdos: na perspectiva cultural todas as brincadeiras devem estar ancoradas socialmente. As práticas corporais devem ser selecionadas pelo professor tendo em vista a existência dessa prática cultural do lado de fora da escola.

Cultura corporal é um patrimônio e precisa ser estudado dentro da escola, precisa ser entendido, apreciado, compreendido. O que nos leva a algumas orientações didáticas:
·    Mapeamento da cultura corporal: devemos identificar quais são as experiências culturais corporais que as pessoas da escola acessam. A partir desse mapeamento vamos selecionar as práticas corporais que serão trabalhadas no currículo. Devemos trabalhar com artefatos da cultural corporal, como por exemplo, o pião.
·    Ressignificação das práticas corporais: as crianças na sala de aula compõem uma microsociedade multicultural, um sabe brincar melhor, outro menos, outros tem pião diferentes, etc. Esse pião é ressignificado de várias maneiras.
·    Aprofundamento dos conhecimentos: o pião passou a ser um produto de pesquisa, sobre os significados do pião, eu teve ou tem em determinados grupos.
·    Ampliação: Fizeram uma pesquisa e descobriram que crianças indígenas brincam de outra maneira com o pião, foi ampliado o significado ao redor desse artefato para as crianças.
Estudaram algo que apareceu no mapeamento do local, identificando uma relação identitária entre a cultura corporal da comunidade e a experiência curricular, na sequência aprenderam diferentes maneiras de jogar pião e atribuíram significado àquela experiência cultural que está ao redor deles.
O filme “Como estrelas na Terra” tem um momento em que reflete a cultura corporal, “movimento dentro da brincadeira, esporte, dança”... que retrata muito bem esse sentido da vídeo-aula. 

                                          *  Faixa de 1h11min à 1h17min.


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