O Professor Mário Neira nos fala sobre
a cultura corporal da comunidade no currículo escolar. Inicialmente nos diz
sobre a cultura corporal que é toda a produção simbólica que envolve as
práticas corporais, as brincadeiras, as danças, o esporte, etc. Todos os grupos
culturais também possuem uma parte da cultura que se refere às práticas
corporais e atribuem significados específicos a essas práticas corporais.
Cultura e Cultura Corporal:
- Concepção dos estudos corporais
- Movimento x Gesto
- Produção da gestualidade – O gesto é um
movimento com significado.
- Textos corporais - O movimento quando está
dentro da brincadeira, da dança, do esporte, esse movimento tem como
intenção comunicar, ele está dentro de um texto, um texto da cultura
corporal.
A produção da gestualidade está
sempre relacionada ao sentido que a prática corporal tem em determinada
comunidade, cada grupo social produz uma gestualidade que lhe permite veicular
os significados de mundo. Exemplo: Se imaginarmos um grupo andando de skate,
imaginaremos uma determinada vestimenta, estilo especificado, etc.
Andar de skate, jogar futebol,
brincar de amarelinha são textos da cultura corporal.
Para trazermos essas questões
para dentro do currículo devemos considerar alguns elementos, alguns princípios,
o professor trouxe 4 deles para nos apresentar:
·
Enraizar as identidades: como que sabemos se determinadas
práticas corporais tem sentido naquela comunidade, já que a sociedade é
multicultural, possue diferentes grupos, sendo assim devemos estar atentos às
quais práticas corporais estão enraizadas, quais irão “atrair” o público alvo.
·
Justiça curricular: equilibrar dentro do currículo as
práticas corporais que representam todos esses grupos culturais. Brincadeiras
do presente e do passado, práticas esportivas internacionais e nacionais, etc.
·
Evitar o daltonismo cultural: a escola precisa reconhecer o arco-íris de
culturas. Proporcionar a experiência cultural corporal a todos. E as práticas
corporais devem ser pertinentes a todos, considerando as diferenças.
·
Ancoragem social dos conteúdos: na perspectiva cultural
todas as
brincadeiras devem estar ancoradas socialmente. As práticas corporais devem ser
selecionadas pelo professor tendo em vista a existência dessa prática cultural do
lado de fora da escola.
Cultura corporal é um patrimônio e
precisa ser estudado dentro da escola, precisa ser entendido, apreciado,
compreendido. O que nos leva a algumas orientações didáticas:
·
Mapeamento da cultura corporal: devemos identificar quais são as experiências
culturais corporais que as pessoas da escola acessam. A partir desse mapeamento
vamos selecionar as práticas corporais que serão trabalhadas no currículo.
Devemos trabalhar com artefatos da cultural corporal, como por exemplo, o pião.
·
Ressignificação das práticas corporais: as crianças na sala de aula
compõem uma microsociedade multicultural, um sabe brincar melhor, outro menos,
outros tem pião diferentes, etc. Esse pião é ressignificado de várias maneiras.
·
Aprofundamento dos conhecimentos: o pião passou a ser um produto de pesquisa,
sobre os significados do pião, eu teve ou tem em determinados grupos.
·
Ampliação: Fizeram
uma pesquisa e descobriram que crianças indígenas brincam de outra maneira com
o pião, foi ampliado o significado ao redor desse artefato para as crianças.
Estudaram algo que apareceu no mapeamento do local,
identificando uma relação identitária entre a cultura corporal da comunidade e
a experiência curricular, na sequência aprenderam diferentes maneiras de jogar
pião e atribuíram significado àquela experiência cultural que está ao redor
deles.
O filme “Como estrelas na Terra” tem um momento em
que reflete a cultura corporal, “movimento dentro da brincadeira, esporte,
dança”... que retrata muito bem esse sentido da vídeo-aula.
* Faixa de 1h11min à 1h17min.
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